14.º Festival Porta-Jazz
Fevereiro
2024
Sex
2
—
Dom
4
Sinopse
Ao pesquisar a palavra Multiverso, conclui-se que a mesma é usada para descrever um conjunto de universos possíveis, incluindo aquele em que nos encontramos. Uma combinação e coexistência de vários universos e a totalidade de elementos sobre os quais eles se baseiam, como um ensemble musical, com diferentes músicos de diferentes universos e que juntos com as suas diferenças se transformam num único universo observável à primeira vista. Serve assim este conceito de multiverso e este paralelismo com a realidade musical da Porta-Jazz como lema para mais um ano de atividade da Associação e o seu pináculo, ou ponto de chegada e partida, o 14º Festival Porta-Jazz. É assim com este mote que a Porta-Jazz se apresenta em mais um ano de Festival no histórico Teatro Rivoli, alicerçando e preservando dinâmicas que têm servido de fio condutor ao longo destes 14 anos de vida e dedicação ao jazz do Porto. Cumprindo os seus desígnios e princípios motivadores ao proporcionar a um meio musical local uma forma de comunicar com o resto do mundo e tornar assim possível a sua existência e crescimento. Permitindo assim aos músicos estabelecerem ligações, desenvolverem as suas criações e concretizarem o seu trabalho sob a forma de concertos no Espaço Porta-Jazz, noutras partes da cidade e do país e em festivais na europa em parceria com movimentos congéneres. Assim, nesta 14.ª edição o Festival Porta-Jazz serve mais uma vez de montra maior dos conteúdos musicais que este multiverso produz, como o selo Carimbo, que neste ano de exultação para além dos concertos dos projetos editados no ano passado celebra também a chegada do disco número cem, com três discos a serem lançados durante o Festival. Uma centena de edições que contam já uma história de mais de uma década de jazz no Porto e um catálogo que espelha de forma clara e inequívoca este patente multiverso musical.
música
Info sobre horário e bilhetes
Sex
2.02
23:30
RivoliVários Espaços
Informação adicional
- Preço
7€ (por bloco) / gratuito (jam sessions)
Texto biografia autores
PROGRAMA
2/02 sex
21:30 – Bloco 1 – Grande Auditório
Alma Tree "Sonic Alchemy Suprema" feat. Alves, Moses, Trilla
Axes - “Hexagon”
Bob Moses é um baterista lendário que moldou o som do jazz dos anos 70 e 80 nas bandas de Pat Metheny, Paul Bley, Steve Swallow, Gary Burton ou Dave Liebman. Aos 75 anos, reúne em si a experiência do jazz fulgurante que se viveu nas últimas décadas em Nova-Iorque bem como uma curiosidade pura que o mantém atento às novas explorações e rumos da música. É assim que Ra Kalam Bob Moses, o nome espiritual com que agora se apresenta, se encontra com Pedro Melo Alves e Vasco Trilla, duas novas referências imparáveis da percussão exploratória contemporânea com forte atividade discográfica nos circuitos europeus. Os três bateristas que se movem entre as correntes mais livres do jazz e da música improvisada, juntam-se num trio de percussão, combinando entre composições e improvisações as suas fortes personalidades e recursos únicos num espetáculo de diálogos profundos e imprevisíveis, com forte carácter espiritual. Nesta passagem por Portugal, o trio de percussão encontra-se a apresentar o seu álbum de estreia "Sonic Alchemy Suprema", editado pelo Carimbo Porta-Jazz, que conta com a participação dos saxofonistas Julius Gabriel, João Pedro Brandão e José Soares.
Constituindo ao longo dos últimos anos um dos principais focos criativos do saxofonista João Mortágua e afirmando desde logo uma estética composicional arrojada, transversal e eclética, Axes é um projeto de referência no panorama nacional, que já foi além fronteiras, percorrendo vários palcos dos festivais europeus. Em "Hexagon", o segundo álbum deste sexteto, editado em 2023 com o Carimbo Porta-Jazz, Mortágua dá definitivamente um passo em frente na história da banda, erguendo sobre os seus alicerces identitários toda uma nova construção geométrica, baseada na narrativa dos ângulos e dos polígonos. Partindo dessa premissa arquitetónica, a música deste novo álbum revela-se firme e impactante, buscando no equilíbrio entre a força e a emotividade o ónus do seu significado: uma permanente construção conjunta sobre a tela em branco que é a nossa passagem por este mundo.
23:30 – Concertos de Escolas + Jam Session – TMP Café - Rivoli
ART´J - Conservatório de Música da Jobra
3/02 sáb
16:00 – Bloco 2 – Palco do Grande Auditório + Subpalco
Ward / Trocado / Tavares – “Corrosion”
HOW NOISY ARE THE ROOMS?
A natureza efémera do som está patente, à medida que estratos de som emergem para logo a seguir se deteriorarem, desintegrarem e recombinarem, testando as fronteiras do orgânico, erodindo estruturas físicas e metafóricas, movendo-se ao longo dos pontos de contacto entre música improvisada, disposições humanas ou inhumanas e decadência social. “Corrosion” é o segundo álbum deste trio de improvisadores (Ward / Trocado / Tavares), editado em 2023 com o Carimbo Porta-Jazz, composto por dois experientes músicos estabelecidos no Porto e uma figura de relevo no panorama experimental europeu e que trabalha a partir do Reino Unido.
HOW NOISY ARE THE ROOMS? é um trio eclético e provocativo oriundo de três pontos do centro da Europa – Alemanha, Suíça e Áustria – reunido no seio da música experimental e improvisada que floresce no festival anual Bezau Beatz, com quem a Porta-Jazz tem estabelecido um intercâmbio. A proposta deste ano para integrar o Festival Porta-Jazz compreende a participação destes três músicos de referência no meio europeu, que procuram neste projeto testar a compreensão perante as diferentes perspetivas sobre o som, emitindo uma forte e constante energia com os elementos a chocarem entre si, em explosão sonora. Espera-se anarquia criativa, sons vocais que evocam culturas distantes, labirintos de manipulação eletrónica e incansável percussão ritualista.
18:15 – Bloco 3 – Pequeno Auditório
Ducret - Mockunas - Blaser trio
WIZ - “Mosaico”
Trio de músicos amplamente reconhecidos no panorama europeu, conta já com mais de uma dezena de concertos em tour europeia para apresentação deste projeto. Com forte componente de improvisação, a música resulta da interação entre três intensas forças. Marc Ducret, um histórico músico francês, com um vasto currículo em nome próprio e enquanto colaborador em projetos de outros pares, uma figura de relevo em qualquer formação que integra, que aqui se junta ao suíço Samuel Blaser, virtuoso trombonista e compositor e ao lituano Liudas Mockunas, um dos mais destacados líderes no âmbito da música improvisada, com mais de 70 álbuns gravados e em constante movimento pelos festivais e clubes europeus de renome. Argumentos de enorme sustento para que esta proposta em trio faça prever um dos momentos mais intensos no programa do Festival Porta-Jazz.
Em Mosaico, o segundo álbum deste trio editado com Carimbo Porta-Jazz em 2023, ouvimos novamente agregados os três diferentes imaginários dos músicos que compõe para esta formação, como três cores que lentamente se fundem, resultando em novas cores num quadro maior. O formato menos usual, sem baixo, abre a paisagem sonora, deixando espaços para a improvisação e a surpresa. Tendo os seus elementos uma cumplicidade musical de há já vários anos, tudo aqui se junta de forma natural e integrada, havendo confiança para explorar e desafiar limites.
21:30 – Bloco 4 – Grande Auditório
Decateto Porta-Jazz / Robalo + Hans Koller
Hery Paz – “River Creatures” feat. Nate Woley e Tom Rainey
A Porta-Jazz e a Robalo são duas associações de músicos do Porto e Lisboa, respetivamente, que têm colaborado com regularidade, reunindo anualmente uma formação com músicos de ambas as partes. Alargam o âmbito desta colaboração convidando o compositor e músico Hans Koller para arranjar um conjunto de composições originais para um decateto, que se estreou em dezembro de 2023 na Festa do Jazz, em Lisboa. Hans Koller é um músico com vasta experiência em composição e arranjo para diversos ensembles e a sua música foi já tocada e apresentada em parcerias com dezenas de nomes tão relevantes como Steve Lacy, Bill Frisell, Kenny Wheeler, Bobby Brookmeyer, Adam Nussbaum e Evan Parker. Uma das mais frutíferas colaborações que estabeleceu é com o histórico saxofonista americano John O´Gallagher, que atualmente reside em Portugal e com quem subiu a palco nesta formação em Lisboa. Para este concerto juntam-se onze músicos de várias gerações propostos pela Porta-Jazz e pela Robalo, para se fazerem ecoar novamente os sons propostos pelo aclamado pianista e compositor.
Hery Paz é um artista multifacetado oriundo de Cuba, que desenvolve um trajeto brilhante no panorama da música improvisada e do jazz em Nova Iorque. É a partir desse seio que encontra as inúmeras colaborações artísticas das quais faz parte, seja enquanto líder ou enquanto participante nos projetos de pares. Hery Paz toca diversos instrumentos mas apresenta-se enquanto saxofonista neste projeto em nome próprio - River Creatures - ao lado do aclamado trompetista Nate Wooley e do histórico baterista Tom Rainey. Três figuras de relevo no panorama internacional vêm apresentar este trabalho, que se torna no 100º disco com Carimbo Porta-Jazz. Uma celebração digna de destaque, pelo contributo deste trio de músicos amplamente reconhecidos para o distinto e muito diverso catálogo do Carimbo. Vêm mostrar neste concerto as composições mais recentes do saxofonista, desenvolvidas a partir de poemas e imagens também por ele criados, com forte inspiração na natureza, na geometria e nas palavras.
23:30 – Concertos de Escolas + Jam Session – TMP Café - Rivoli
Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo
4/02 dom
11:30 – Diversão / Improvisação - Concerto para famílias – Sala de Ensaios
Neste concerto especialmente destinado às famílias com crianças de idades entre os três e os dez anos, convidamos o público a envolver-se com os músicos numa narrativa musical. Esta jornada, imersiva e participativa, acontecerá através de jogos de improvisação e atividades de criação musical espontâneas. Gestos simples, movimentos fáceis e sons, também eles, familiares. Não percam a oportunidade de cultivar a paixão pela música de forma envolvente e interativa!
16:00 – Bloco 5 – Palco do Grande Auditório + Subpalco
Mané Fernandes - “matriz_motriz”
THEMANDUS
Com liderança por um dos maiores valores da música nacional integrados na nova geração de artistas, matriz_motriz é a proposta de Mané Fernandes para a 9ª edição da residência feita no decurso do festival Guimarães Jazz em 2022. Esta parceria acontece sob duas premissas basilares – a interação entre a música e outra área artística, neste caso a dança, e o convite a jovens artistas sediados noutros países da Europa. Este projeto revela, assim, o imaginário do criativo improvisador, compositor e guitarrista, tendo sido amadurecido ao longo de uma intensa semana de trabalho e experimentação em torno da “origem do Todo e o Movimento que lhe é inerente”. Uma exploração sobre a especificidade do movimento, seja este físico, rítmico, harmónico ou tímbrico. Com a Voz e o Corpo como pilares da sua acção, este ensemble, sem a secção rítmica tradicional do jazz, apresenta-se como "uma drum-machine do futuro, feita de sonhos".
Assentes no ecletismo que o jazz sempre lhes proporcionou, o trio THEMANDUS percorre estéticas como drum 'n' bass, ambient, post-rock e eletrónica a fim de saciar as suas necessidades musicais e, paralela ou paradoxalmente, as esfaimar. Exploram ideias composicionais que vão desde a música escrita à improvisada, num diálogo enérgico entre os três jovens músicos. O seu álbum de estreia, homónimo, foi lançado pelo Carimbo em 2023, compondo com universos mais variados o já extenso catálogo do projeto editorial da Porta-Jazz.
18:15 – Bloco 6 – Pequeno Auditório
Tom Brunt's Acoustic Space
Luís Ribeiro - “A Invenção da Ficção”
A parceria entre a Porta-Jazz e a AMR – Genève pressupõe a partilha de programação em ambos os festivais anuais promovidos por cada uma das associações de músicos, bem como a realização de duas residências artísticas com elementos propostos por ambas as partes. Uma sinergia que tem vindo a ligar Porto e Genebra e a promover, assim, a apresentação de projetos já estabelecidos ou o estímulo à criação de novas propostas originais. Tom Brunt's Acoustic Space é a banda escolhida para integrar o Festival Porta-Jazz nesta edição e vem aqui apresentar o seu trabalho editado em 2022 – Ambarchi. Este revela uma forte identificação com a música de Oren Ambarchi como ponto de partida para a exploração das atmosferas originais do guitarrista Tom Brunt, com influência da música contemporânea e improvisada bem como do folclore europeu, com texturas acústicas e electrónicas e uma instrumentação distinta para a criação de um universo próprio.
"A Invenção da Ficção" é o álbum de estreia de Luís Ribeiro enquanto compositor e líder de formação, editado pelo Carimbo Porta-Jazz em 2023. Com vasta experiência enquanto músico noutras áreas, seja em estúdio seja enquanto performer ao vivo, Luís Ribeiro revela com este trabalho a sua faceta de compositor e parte do seu universo relacionado com o jazz e a improvisação. Reunindo músicos bem estabelecidos e reconhecidos da comunidade portuense, o resultado é coeso e cativante, em torno da descrição do primeiro passo, ao qual se seguem tantos e tão diversos momentos, interações e memórias. Estes conceitos fundidos em versões únicas da realidade, à qual se nega a noção de controlo e se entrega à vida quotidiana a habilidade para a criação de música, integram a proposta do guitarrista.
21:30 – Bloco 7 – Grande Auditório
Nuno Campos 4tet - “Something to Believe In”
Ensemble Mutante #1 – Vera Morais
“Something to Believe In” é o projeto resultante da inspiração que o contrabaixista e compositor Nuno Campos foi encontrar na mitologia egípcia, nas suas ancestrais narrativas e no fascínio que, ainda hoje, esta civilização antiga provoca ao restante mundo. Líder do seu quarteto com quem editou o disco de estreia “TaCatarinaTen”, compôs as várias peças musicais deste novo trabalho lançado pelo Carimbo Porta-Jazz em 2023, após uma visita ao Cairo para participação no seu festival de jazz anual. Inspirado nas narrativas e memórias construídas individualmente e pelo grupo, este disco comporta um forte carácter melódico influenciado pelo jazz, pela música improvisada e pela música contemporânea, com Bartok e Messiaen como referências maiores.
Para a primeira edição do que se pretende ser um espaço de criação e experimentação por encomenda – o Ensemble Mutante – foi convidada a inspiradora e multifacetada Vera Morais, que conceptualizou uma peça para um sexteto dividido em dois naipes: sopros e percussão. Sem material melódico, harmónico ou rítmico pré-definido, a notação assenta essencialmente em texto: um conjunto de pequenas instruções ou formulações poéticas que descrevem gestos, texturas, conceitos e processos a usar na composição em tempo real. Reunindo músicos de universos musicais distintos – da música improvisada à música contemporânea – este ensemble procura uma linguagem híbrida em total liberdade interpretativa. Uma anti-retórica feita da gramática de cada um, democrática no seu processo criativo e aberta à contaminação.
23:30 – Concertos de Escolas + Jam Session – TMP Café - Rivoli
Conservatório de Música do Porto
2/02 sex
21:30 – Bloco 1 – Grande Auditório
Alma Tree "Sonic Alchemy Suprema" feat. Alves, Moses, Trilla
Axes - “Hexagon”
Bob Moses é um baterista lendário que moldou o som do jazz dos anos 70 e 80 nas bandas de Pat Metheny, Paul Bley, Steve Swallow, Gary Burton ou Dave Liebman. Aos 75 anos, reúne em si a experiência do jazz fulgurante que se viveu nas últimas décadas em Nova-Iorque bem como uma curiosidade pura que o mantém atento às novas explorações e rumos da música. É assim que Ra Kalam Bob Moses, o nome espiritual com que agora se apresenta, se encontra com Pedro Melo Alves e Vasco Trilla, duas novas referências imparáveis da percussão exploratória contemporânea com forte atividade discográfica nos circuitos europeus. Os três bateristas que se movem entre as correntes mais livres do jazz e da música improvisada, juntam-se num trio de percussão, combinando entre composições e improvisações as suas fortes personalidades e recursos únicos num espetáculo de diálogos profundos e imprevisíveis, com forte carácter espiritual. Nesta passagem por Portugal, o trio de percussão encontra-se a apresentar o seu álbum de estreia "Sonic Alchemy Suprema", editado pelo Carimbo Porta-Jazz, que conta com a participação dos saxofonistas Julius Gabriel, João Pedro Brandão e José Soares.
Constituindo ao longo dos últimos anos um dos principais focos criativos do saxofonista João Mortágua e afirmando desde logo uma estética composicional arrojada, transversal e eclética, Axes é um projeto de referência no panorama nacional, que já foi além fronteiras, percorrendo vários palcos dos festivais europeus. Em "Hexagon", o segundo álbum deste sexteto, editado em 2023 com o Carimbo Porta-Jazz, Mortágua dá definitivamente um passo em frente na história da banda, erguendo sobre os seus alicerces identitários toda uma nova construção geométrica, baseada na narrativa dos ângulos e dos polígonos. Partindo dessa premissa arquitetónica, a música deste novo álbum revela-se firme e impactante, buscando no equilíbrio entre a força e a emotividade o ónus do seu significado: uma permanente construção conjunta sobre a tela em branco que é a nossa passagem por este mundo.
23:30 – Concertos de Escolas + Jam Session – TMP Café - Rivoli
ART´J - Conservatório de Música da Jobra
3/02 sáb
16:00 – Bloco 2 – Palco do Grande Auditório + Subpalco
Ward / Trocado / Tavares – “Corrosion”
HOW NOISY ARE THE ROOMS?
A natureza efémera do som está patente, à medida que estratos de som emergem para logo a seguir se deteriorarem, desintegrarem e recombinarem, testando as fronteiras do orgânico, erodindo estruturas físicas e metafóricas, movendo-se ao longo dos pontos de contacto entre música improvisada, disposições humanas ou inhumanas e decadência social. “Corrosion” é o segundo álbum deste trio de improvisadores (Ward / Trocado / Tavares), editado em 2023 com o Carimbo Porta-Jazz, composto por dois experientes músicos estabelecidos no Porto e uma figura de relevo no panorama experimental europeu e que trabalha a partir do Reino Unido.
HOW NOISY ARE THE ROOMS? é um trio eclético e provocativo oriundo de três pontos do centro da Europa – Alemanha, Suíça e Áustria – reunido no seio da música experimental e improvisada que floresce no festival anual Bezau Beatz, com quem a Porta-Jazz tem estabelecido um intercâmbio. A proposta deste ano para integrar o Festival Porta-Jazz compreende a participação destes três músicos de referência no meio europeu, que procuram neste projeto testar a compreensão perante as diferentes perspetivas sobre o som, emitindo uma forte e constante energia com os elementos a chocarem entre si, em explosão sonora. Espera-se anarquia criativa, sons vocais que evocam culturas distantes, labirintos de manipulação eletrónica e incansável percussão ritualista.
18:15 – Bloco 3 – Pequeno Auditório
Ducret - Mockunas - Blaser trio
WIZ - “Mosaico”
Trio de músicos amplamente reconhecidos no panorama europeu, conta já com mais de uma dezena de concertos em tour europeia para apresentação deste projeto. Com forte componente de improvisação, a música resulta da interação entre três intensas forças. Marc Ducret, um histórico músico francês, com um vasto currículo em nome próprio e enquanto colaborador em projetos de outros pares, uma figura de relevo em qualquer formação que integra, que aqui se junta ao suíço Samuel Blaser, virtuoso trombonista e compositor e ao lituano Liudas Mockunas, um dos mais destacados líderes no âmbito da música improvisada, com mais de 70 álbuns gravados e em constante movimento pelos festivais e clubes europeus de renome. Argumentos de enorme sustento para que esta proposta em trio faça prever um dos momentos mais intensos no programa do Festival Porta-Jazz.
Em Mosaico, o segundo álbum deste trio editado com Carimbo Porta-Jazz em 2023, ouvimos novamente agregados os três diferentes imaginários dos músicos que compõe para esta formação, como três cores que lentamente se fundem, resultando em novas cores num quadro maior. O formato menos usual, sem baixo, abre a paisagem sonora, deixando espaços para a improvisação e a surpresa. Tendo os seus elementos uma cumplicidade musical de há já vários anos, tudo aqui se junta de forma natural e integrada, havendo confiança para explorar e desafiar limites.
21:30 – Bloco 4 – Grande Auditório
Decateto Porta-Jazz / Robalo + Hans Koller
Hery Paz – “River Creatures” feat. Nate Woley e Tom Rainey
A Porta-Jazz e a Robalo são duas associações de músicos do Porto e Lisboa, respetivamente, que têm colaborado com regularidade, reunindo anualmente uma formação com músicos de ambas as partes. Alargam o âmbito desta colaboração convidando o compositor e músico Hans Koller para arranjar um conjunto de composições originais para um decateto, que se estreou em dezembro de 2023 na Festa do Jazz, em Lisboa. Hans Koller é um músico com vasta experiência em composição e arranjo para diversos ensembles e a sua música foi já tocada e apresentada em parcerias com dezenas de nomes tão relevantes como Steve Lacy, Bill Frisell, Kenny Wheeler, Bobby Brookmeyer, Adam Nussbaum e Evan Parker. Uma das mais frutíferas colaborações que estabeleceu é com o histórico saxofonista americano John O´Gallagher, que atualmente reside em Portugal e com quem subiu a palco nesta formação em Lisboa. Para este concerto juntam-se onze músicos de várias gerações propostos pela Porta-Jazz e pela Robalo, para se fazerem ecoar novamente os sons propostos pelo aclamado pianista e compositor.
Hery Paz é um artista multifacetado oriundo de Cuba, que desenvolve um trajeto brilhante no panorama da música improvisada e do jazz em Nova Iorque. É a partir desse seio que encontra as inúmeras colaborações artísticas das quais faz parte, seja enquanto líder ou enquanto participante nos projetos de pares. Hery Paz toca diversos instrumentos mas apresenta-se enquanto saxofonista neste projeto em nome próprio - River Creatures - ao lado do aclamado trompetista Nate Wooley e do histórico baterista Tom Rainey. Três figuras de relevo no panorama internacional vêm apresentar este trabalho, que se torna no 100º disco com Carimbo Porta-Jazz. Uma celebração digna de destaque, pelo contributo deste trio de músicos amplamente reconhecidos para o distinto e muito diverso catálogo do Carimbo. Vêm mostrar neste concerto as composições mais recentes do saxofonista, desenvolvidas a partir de poemas e imagens também por ele criados, com forte inspiração na natureza, na geometria e nas palavras.
23:30 – Concertos de Escolas + Jam Session – TMP Café - Rivoli
Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo
4/02 dom
11:30 – Diversão / Improvisação - Concerto para famílias – Sala de Ensaios
Neste concerto especialmente destinado às famílias com crianças de idades entre os três e os dez anos, convidamos o público a envolver-se com os músicos numa narrativa musical. Esta jornada, imersiva e participativa, acontecerá através de jogos de improvisação e atividades de criação musical espontâneas. Gestos simples, movimentos fáceis e sons, também eles, familiares. Não percam a oportunidade de cultivar a paixão pela música de forma envolvente e interativa!
16:00 – Bloco 5 – Palco do Grande Auditório + Subpalco
Mané Fernandes - “matriz_motriz”
THEMANDUS
Com liderança por um dos maiores valores da música nacional integrados na nova geração de artistas, matriz_motriz é a proposta de Mané Fernandes para a 9ª edição da residência feita no decurso do festival Guimarães Jazz em 2022. Esta parceria acontece sob duas premissas basilares – a interação entre a música e outra área artística, neste caso a dança, e o convite a jovens artistas sediados noutros países da Europa. Este projeto revela, assim, o imaginário do criativo improvisador, compositor e guitarrista, tendo sido amadurecido ao longo de uma intensa semana de trabalho e experimentação em torno da “origem do Todo e o Movimento que lhe é inerente”. Uma exploração sobre a especificidade do movimento, seja este físico, rítmico, harmónico ou tímbrico. Com a Voz e o Corpo como pilares da sua acção, este ensemble, sem a secção rítmica tradicional do jazz, apresenta-se como "uma drum-machine do futuro, feita de sonhos".
Assentes no ecletismo que o jazz sempre lhes proporcionou, o trio THEMANDUS percorre estéticas como drum 'n' bass, ambient, post-rock e eletrónica a fim de saciar as suas necessidades musicais e, paralela ou paradoxalmente, as esfaimar. Exploram ideias composicionais que vão desde a música escrita à improvisada, num diálogo enérgico entre os três jovens músicos. O seu álbum de estreia, homónimo, foi lançado pelo Carimbo em 2023, compondo com universos mais variados o já extenso catálogo do projeto editorial da Porta-Jazz.
18:15 – Bloco 6 – Pequeno Auditório
Tom Brunt's Acoustic Space
Luís Ribeiro - “A Invenção da Ficção”
A parceria entre a Porta-Jazz e a AMR – Genève pressupõe a partilha de programação em ambos os festivais anuais promovidos por cada uma das associações de músicos, bem como a realização de duas residências artísticas com elementos propostos por ambas as partes. Uma sinergia que tem vindo a ligar Porto e Genebra e a promover, assim, a apresentação de projetos já estabelecidos ou o estímulo à criação de novas propostas originais. Tom Brunt's Acoustic Space é a banda escolhida para integrar o Festival Porta-Jazz nesta edição e vem aqui apresentar o seu trabalho editado em 2022 – Ambarchi. Este revela uma forte identificação com a música de Oren Ambarchi como ponto de partida para a exploração das atmosferas originais do guitarrista Tom Brunt, com influência da música contemporânea e improvisada bem como do folclore europeu, com texturas acústicas e electrónicas e uma instrumentação distinta para a criação de um universo próprio.
"A Invenção da Ficção" é o álbum de estreia de Luís Ribeiro enquanto compositor e líder de formação, editado pelo Carimbo Porta-Jazz em 2023. Com vasta experiência enquanto músico noutras áreas, seja em estúdio seja enquanto performer ao vivo, Luís Ribeiro revela com este trabalho a sua faceta de compositor e parte do seu universo relacionado com o jazz e a improvisação. Reunindo músicos bem estabelecidos e reconhecidos da comunidade portuense, o resultado é coeso e cativante, em torno da descrição do primeiro passo, ao qual se seguem tantos e tão diversos momentos, interações e memórias. Estes conceitos fundidos em versões únicas da realidade, à qual se nega a noção de controlo e se entrega à vida quotidiana a habilidade para a criação de música, integram a proposta do guitarrista.
21:30 – Bloco 7 – Grande Auditório
Nuno Campos 4tet - “Something to Believe In”
Ensemble Mutante #1 – Vera Morais
“Something to Believe In” é o projeto resultante da inspiração que o contrabaixista e compositor Nuno Campos foi encontrar na mitologia egípcia, nas suas ancestrais narrativas e no fascínio que, ainda hoje, esta civilização antiga provoca ao restante mundo. Líder do seu quarteto com quem editou o disco de estreia “TaCatarinaTen”, compôs as várias peças musicais deste novo trabalho lançado pelo Carimbo Porta-Jazz em 2023, após uma visita ao Cairo para participação no seu festival de jazz anual. Inspirado nas narrativas e memórias construídas individualmente e pelo grupo, este disco comporta um forte carácter melódico influenciado pelo jazz, pela música improvisada e pela música contemporânea, com Bartok e Messiaen como referências maiores.
Para a primeira edição do que se pretende ser um espaço de criação e experimentação por encomenda – o Ensemble Mutante – foi convidada a inspiradora e multifacetada Vera Morais, que conceptualizou uma peça para um sexteto dividido em dois naipes: sopros e percussão. Sem material melódico, harmónico ou rítmico pré-definido, a notação assenta essencialmente em texto: um conjunto de pequenas instruções ou formulações poéticas que descrevem gestos, texturas, conceitos e processos a usar na composição em tempo real. Reunindo músicos de universos musicais distintos – da música improvisada à música contemporânea – este ensemble procura uma linguagem híbrida em total liberdade interpretativa. Uma anti-retórica feita da gramática de cada um, democrática no seu processo criativo e aberta à contaminação.
23:30 – Concertos de Escolas + Jam Session – TMP Café - Rivoli
Conservatório de Música do Porto
Ficha técnica
- Alma Tree "Sonic Alchemy Suprema" feat. Alves, Moses, Trilla
Ra Kalam Bob Moses (bateria e percussão), Vasco Trilla (bateria e percussão), Pedro Melo Alves (bateria e percussão), Julius Gabriel, João Pedro Brandão e José Soares (saxofones)
Axes - “Hexagon”
João Mortágua (saxofone soprano e composição), José Soares (saxofone alto), Hugo Ciríaco (saxofone tenor), Rui Teixeira (saxofone barítono), Filipe Louro (baixo elétrico), Pedro Vasconcelos (bateria)
Ward / Trocado / Tavares – “Corrosion”
Tom Ward (flauta, saxofone e clarinete), Nuno Trocado (guitarra e processamento electrónico em tempo real), Sérgio Tavares (contrabaixo)
HOW NOISY ARE THE ROOMS?
Almut Kühne (voz), Joke Lanz (turntables), Alfred Vogel (bateria e electrónica)
Ducret - Mock?nas - Blaser trio
Marc Ducret (guitarra), Liudas Mockunas (saxofone), Samuel Blaser (trombone)
WIZ - “Mosaico”
Wilfried Wilde (guitarra), José Pedro Coelho (saxofone tenor), Iago Fernández (bateria)
Decateto Porta-Jazz / Robalo + Hans Koller
Hans Koller (piano), Eurico Costa (guitarra), James Banner (contrabaixo), João Lopes Pereira (bateria), Joana Raquel (voz), Gonçalo Marques (trompete), João Almeida (trompete), Bernardo Tinoco (saxofone), João Paulo Silva (saxofone), Gil Silva (saxofone), Hristo Goleminov (saxofone)
Hery Paz – “River Creatures” feat. Nate Woley e Tom Rainey
Hery Paz (saxofone), Nate Wooley (trompete), Tom Rainey (bateria)
- Diversão / Improvisação - concerto para famílias
Luís Castro e Luísa Matos (mediação de público), Mariana Vergueiro, Pedro Neves, João Fragoso e Gonçalo Ribeiro (música)
Mané Fernandes - “matriz_motriz”
Mané Fernandes (guitarra, pedais, composição), Mariana Dionísio (voz), Vera Morais (voz), Sofia Sá (voz), João Grilo (piano preparado e electrónica), Brittanie Brown (dance, coreografia)
THEMANDUS
Afonso Boucinha Silva (saxofone/EWI), Ricardo Alves (guitarra) e Eduardo Carneiro Dias (bateria)
Tom Brunt's Acoustic Space
Tom Brunt (guitarra acústica e composição), Charles Fréchette (guitarra acústica), Marc Crofts (violino), Pierre Balda (contrabaixo)
Luís Ribeiro - “A Invenção da Ficção”
Luís Ribeiro (guitarra e composição), Hugo Ciríaco (saxofone tenor), Rui Teixeira (saxofone barítono), Joaquim Rodrigues (piano e teclados), Miguel Ângelo (contrabaixo), Marcos Cavaleiro (bateria)
Nuno Campos 4tet - “Something to Believe In”
Nuno Campos (contrabaixo e composição), José Pedro Coelho (saxofone tenor), Miguel Meirinhos (piano), Ricardo Coelho (bateria)
Ensemble Mutante #1 – Vera Morais
Vera Morais (voz), João Pedro Brandão (flauta, saxofone alto), Hristo Goleminov (clarinete baixo e saxofone tenor), Inês Lopes (piano e toy piano), Aleksander Sever (vibrafone), Marco Luparia (bateria, percussões)