Universidade Lusófona do Porto
Sobre A narrativa: entre destino e acaso
Contingência e Necessidade
Maria Augusta Babo
FCSH – Universidade Nova de Lisboa
Março
2022
Ter
22
Sinopse
A narrativa: entre destino e acaso
Duas figuras podem representar a contingência e a necessidade no que respeita ao imaginário literário. São elas, respectivamente, o acaso e o destino. Figuras que capturam e organizam a temporalidade. Trata-se de mostrar que a narrativa, como máquina configuradora do tempo, trabalha, simultaneamente, o acontecimento contingencial e a causalidade que o esbate.
Como tal, a narrativa configura o vivido, ao articular as acções, e confere-lhes uma ordem de sucessividade por sobre a causalidade que retira ao acontecimento a sua dimensão aleatória. Se a abertura ficcional aos mundos possíveis explora as relações entre o contingencial e o necessário, a narrativa cujo referente é o real não está de todo isenta desses modos de configuração.
A narrativização assim como a fragmentação temporal tida como desnarrativização são, pois, estratégias discursivas que nos dão modos diversos de encarar as acções humanas. É neste âmbito – entre destino e acaso – que nos propomos problematizar os regimes textuais cuja função preponderante não é senão a da configuração da subjectividade.
Doutorada em Semiologia, em 1981, pela Universidade de Paris VII e Agregada em Teoria da Cultura, em 2011, pela Universidade do Minho e actualmente aposentada, Maria Augusta Babo foi Professora no Departamento Ciências da Comunicação, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, desde 1981. Aí leccionou várias unidade curriculares, de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento, em Ciências da Comunicação, e no Mestrado em Estudos sobre Mulheres. Pertenceu aos Conselhos Científicos dos Doutoramentos inter-universitários de Estudos de Género (FCSH, ISCSP, FLUL), criado em 2018, e ao Doutoramento Communication Studies: Technology, Culture and Society - FCT (UM, ISCTE, UBI, Lusófona e CIMJ e CECL da Nova) em Ciências da Comunicação, criado em 2012. Colaborou vários anos com a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, com o curso de Artes Multimédia da Universidade de Évora, com o curso de Jornalismo da Universidade de Coimbra e com a Universidade Aberta, instituições onde dirigiu cursos breves.
É investigadora no Instituto de Comunicação da Nova – ICNova. Foi Presidente do Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens – CECL – desde 2014. Foi directora da Revista de Comunicação e Linguagens – CECL/ Relógio d’Água, entre1999 e 2006.
Fundou em 2016, com Jorge Lozano, a Associação Ibérica de Semiótica.
Em 2018 recebeu o Prémio do Centro Nacional de Cultura – Uma ideia para mudar o mundo – patrocinado pelo Presidente da República e pelo Secretário Geral da ONU, com o projecto O Outro Sou Eu – plataforma colaborativa.
Tem participado e organizado colóquios e congressos assim como publicações, de âmbito nacional e internacional, nas suas áreas de especialidade: a Semiótica, a Teoria da Escrita e do Texto e os Processos de Subjectivação. É também nestas áreas que orienta 6 teses de doutoramento em curso.
Último livro de que é autora: Culturas do Eu – Configurações da subjectividade, Lisboa, ICNova/ Instituto de Comunicação da Nova, 2019; ISBN digital: 978-972-9347-24-5; ISBN Impresso: 978-972-9347-23-8.
Da investigação mais recente destaca-se a coordenação da secção Glossário do AFRICAN-EUROPEAN NARRATIVES; Programme: Europe for Citizens. Identifier: 589356-CITIZ-1-2017-1-PT-CITIZ-REMEM. Terminado em 2019.
Dirige o projecto We The People – Plataforma Colaborativa, Intercultural, sediado no ICNova, em parceria com a Fundação Aga Khan.
Numa época em que o inesperado abalou as certezas da modernidade baseadas na ciência e na técnica, pensar a contingência e o seu oposto, a necessidade, é pensar a possibilidade que uma coisa aconteça, não aconteça, ou aconteça de outro modo, no confronto entre o imprevisível e o providencial, entre o indeterminável e o constante. Para banir o contingente, introduz-se a causalidade natural ou histórica, que releva da probabilidade – como se o real fosse ordenado –, assim como a sua constante monotorização e vigilância. O que é certo é que o contingente eclode uma e outra vez, pois quanto maior o controlo mais o contingente emerge nas sua formas mais brutais, a do acidente ou da catástrofe, ou mais leves, a da falha ou da avaria. O jogo da contingência e do seu controlo são um dos traços característicos da modernidade.
Duas figuras podem representar a contingência e a necessidade no que respeita ao imaginário literário. São elas, respectivamente, o acaso e o destino. Figuras que capturam e organizam a temporalidade. Trata-se de mostrar que a narrativa, como máquina configuradora do tempo, trabalha, simultaneamente, o acontecimento contingencial e a causalidade que o esbate.
Como tal, a narrativa configura o vivido, ao articular as acções, e confere-lhes uma ordem de sucessividade por sobre a causalidade que retira ao acontecimento a sua dimensão aleatória. Se a abertura ficcional aos mundos possíveis explora as relações entre o contingencial e o necessário, a narrativa cujo referente é o real não está de todo isenta desses modos de configuração.
A narrativização assim como a fragmentação temporal tida como desnarrativização são, pois, estratégias discursivas que nos dão modos diversos de encarar as acções humanas. É neste âmbito – entre destino e acaso – que nos propomos problematizar os regimes textuais cuja função preponderante não é senão a da configuração da subjectividade.
Doutorada em Semiologia, em 1981, pela Universidade de Paris VII e Agregada em Teoria da Cultura, em 2011, pela Universidade do Minho e actualmente aposentada, Maria Augusta Babo foi Professora no Departamento Ciências da Comunicação, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, desde 1981. Aí leccionou várias unidade curriculares, de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento, em Ciências da Comunicação, e no Mestrado em Estudos sobre Mulheres. Pertenceu aos Conselhos Científicos dos Doutoramentos inter-universitários de Estudos de Género (FCSH, ISCSP, FLUL), criado em 2018, e ao Doutoramento Communication Studies: Technology, Culture and Society - FCT (UM, ISCTE, UBI, Lusófona e CIMJ e CECL da Nova) em Ciências da Comunicação, criado em 2012. Colaborou vários anos com a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, com o curso de Artes Multimédia da Universidade de Évora, com o curso de Jornalismo da Universidade de Coimbra e com a Universidade Aberta, instituições onde dirigiu cursos breves.
É investigadora no Instituto de Comunicação da Nova – ICNova. Foi Presidente do Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens – CECL – desde 2014. Foi directora da Revista de Comunicação e Linguagens – CECL/ Relógio d’Água, entre1999 e 2006.
Fundou em 2016, com Jorge Lozano, a Associação Ibérica de Semiótica.
Em 2018 recebeu o Prémio do Centro Nacional de Cultura – Uma ideia para mudar o mundo – patrocinado pelo Presidente da República e pelo Secretário Geral da ONU, com o projecto O Outro Sou Eu – plataforma colaborativa.
Tem participado e organizado colóquios e congressos assim como publicações, de âmbito nacional e internacional, nas suas áreas de especialidade: a Semiótica, a Teoria da Escrita e do Texto e os Processos de Subjectivação. É também nestas áreas que orienta 6 teses de doutoramento em curso.
Último livro de que é autora: Culturas do Eu – Configurações da subjectividade, Lisboa, ICNova/ Instituto de Comunicação da Nova, 2019; ISBN digital: 978-972-9347-24-5; ISBN Impresso: 978-972-9347-23-8.
Da investigação mais recente destaca-se a coordenação da secção Glossário do AFRICAN-EUROPEAN NARRATIVES; Programme: Europe for Citizens. Identifier: 589356-CITIZ-1-2017-1-PT-CITIZ-REMEM. Terminado em 2019.
Dirige o projecto We The People – Plataforma Colaborativa, Intercultural, sediado no ICNova, em parceria com a Fundação Aga Khan.
Numa época em que o inesperado abalou as certezas da modernidade baseadas na ciência e na técnica, pensar a contingência e o seu oposto, a necessidade, é pensar a possibilidade que uma coisa aconteça, não aconteça, ou aconteça de outro modo, no confronto entre o imprevisível e o providencial, entre o indeterminável e o constante. Para banir o contingente, introduz-se a causalidade natural ou histórica, que releva da probabilidade – como se o real fosse ordenado –, assim como a sua constante monotorização e vigilância. O que é certo é que o contingente eclode uma e outra vez, pois quanto maior o controlo mais o contingente emerge nas sua formas mais brutais, a do acidente ou da catástrofe, ou mais leves, a da falha ou da avaria. O jogo da contingência e do seu controlo são um dos traços característicos da modernidade.
Info sobre horário e bilhetes
Ter
22.03
18:30
RivoliPequeno Auditório
Informação adicional
- Preço Entrada gratuita
Classificação etária 6+