Espaços, lugares e territorialidades

Tomamos como mote para esta apresentação o livro de artista que foi editado em 2021 “(In)consciência sob um estado de amnésia – Movimentos de luta e resistência na cidade do Porto no século XX” (2021), uma publicação de artista, sob formato de mail art, que ensaia uma cartografia a partir de aspectos territoriais e lugares de movimentos de luta e resistência na cidade do Porto no século XX. Entre a deambulação de factos histórico-sociais, o documental, narrativas e ficções diversas, visa-se o despertar da consciência de quem conheceu e esqueceu – uma amnésia temporária que pode ser reativada – mas, também, a inconsciência, ou o desconhecimento, sobre os factos. Este objecto, nos moldes possíveis de uma exposição em movimento, conta com a colaboração de artistas plásticos como Pedro G. Romero; André Cepeda; Filipe Mujica, a dupla Ângela Ferreira e Lola Meintjes na concepção de múltiplos de artista, incluindo ainda textos de André Tavares, Angel Calvo Ulloa e Natcho Paris que completam e alargam esta cartografia para outros territórios naquilo que podemos chamar trans-lugares. — Carla Filipe

Carla Filipe (1973) é artista plástica. Foi cofundadora dos espaços Salão Olímpico (2003-2005) e do Projecto Apêndice (2006), ambos na cidade do Porto. Em 2009, recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para uma residência artística na Acme Studios, em Londres. Realizou também residências na AIR Antwerpen (Antuérpia, 2014), na Robert Rauschenberg Foundation (Captiva, Florida, 2015) e na Krinzinger Projekte (Viena, 2017). Das exposições individuais destacam-se “Confissões de uma baptizada”, 2022, Centro de artes do arquipélago, S. Miguel, Açores; “Hóspede” 2022, Galerie Carrée Villa Arson, Nice, França; “Amanhã não há arte”, 2019, Maat, Lisboa, Portugal; “Da cauda à cabeça”, 2014, Museu Berardo, Lisboa, Portugal. Das exposições colectivas destacam-se “Incerteza Viva” 32.ª Bienal de São Paulo, 2016, S.Paulo, Brasil; “Mom, Am I Barbarian?”, 2013, 13.ª Bienal de Istambul, Istambul, Turquia; “Região de Múrcia em diálogo com o Norte de África”, 2011, Bienal Manifesta 8, Múrcia e Cartagena, Espanha.