Espaços, lugares e territorialidades

Em Os Fins dos Mundos, Godofredo Enes Pereira aborda a dependência capitalista do extrativismo e o modo como os ‘muitos mundos do mundo’ têm sido destruídos com vista à extração de recursos. Viajando através de diferentes territórios existenciais, desde o deserto do Atacama às montanhas do Barroso, Os Fins dos Mundos destaca as lutas das comunidades na linha de frente, nas suas dimensões táticas e ontológicas, para interrogar os fins que subjazem à atual ‘transição energética’, considerando os impactos do extrativismo sobre as mais diversas ecologias materiais, mentais e sociais. Redefinindo a noção de ‘arquitetura ambiental’, em Os Fins dos Mundos argumenta-se a necessidade de ‘fazer coletivo com a terra’ e de constituir alianças subterrâneas em resistência contra os avanços do capitalismo extrativo.


Godofredo Enes Pereira é Diretor do MA Environmental Architecture no Royal College of Art, em Londres. Foi membro da Forensic Architecture onde liderou o Atacama Desert Project, uma investigação de violações ambientais e direitos humanos no Deserto do Atacama. O seu doutoramento The Underground Frontier: collective politics from below (Goldsmiths, 2015) examinou o modo como diferentes comunidades se organizam em defesa contra o extrativismo. Liderou o Lithium Triangle Research Studio (2017-22), e é co-investigador no projeto Scales of Climate Justice, financiado pela British Academy, que investiga o encontro entre jurisprudência climática e jurisprudência ambiental em áreas de extração de lítio. Fundou recentemente o GIT/Grupo de Investigação Territorial. O seu trabalho, recentemente premiado pela Graham Foundation, tem sido publicado em diferentes livros, revistas e apresentado internacionalmente, entre outros, na Bauhaus, Weimar; Medialab, Madrid, HNI, Roterdão; ICA Miami; UTS Sydney; The New Centre, NY; Sharjah Architecture Triennial; Princeton University, US; ICA, Londres; Serpentine Galleries, Londres.