Lia Rodrigues
Borda
Junho
2026
Sinopse
A palavra “borda” deriva do verbo “bordar”, que significa enriquecer, decorar, embelezar, elaborar. No entanto, há ainda um outro significado da palavra: fronteira, limite, margem, beira, barreira. Existem fronteiras geográficas e políticas, por vezes representadas por muros, arame farpado, sebes, postos de controlo e portões. Um lugar intermédio, para ninguém e para todos, para quem chega, quem parte e quem fica. Aqui e ali, início e fim, em algum lugar e em lugar nenhum. Quem tem permissão para atravessar? Quem permanece? Quem será impedido de entrar? Quem pertence e quem não pertence? Quem tem direito a existir? Os territórios podem também ser demarcados por movimentos nómadas e por uma mistura de elementos, físicos e simbólicos: identidades culturais específicas, cheiros, sons, línguas, rituais, estratégias e conhecimentos distintos de sobrevivência, formas de gerir florestas e plantas. Como podemos trabalhar a partir de uma realidade entrelaçada com linhas visíveis e invisíveis, que marcam os limites entre medo e esperança, entre ruído e silêncio, enchente e fogo? Como podemos trazer connosco a terra das nossas visões, desejos, memórias e futuros? Talvez seja possível, paciente e laboriosamente, tecer um lugar poroso de alteridade fluida, um bordado onde as margens se movem, flutuam e dançam. — Lia Rodrigues
fronteiras
alteridade
pertença
porosidade
Info sobre horário e bilhetes
Sáb
6.06
19:30
Dom
7.06
19:30
Informação adicional
- Preço
12€
- Duração
1h10
- Classificação etária
14+
Acessibilidades do espetáculo
Texto biografia autores
Lia Rodrigues nasceu em 1956, em São Paulo. Estudou Ballet clássico e História na Universidade de São Paulo (USP). Nos anos 70, esteve envolvida no movimento de dança contemporânea e integrou a Maguy Marin Dance Company entre 1980 e 1982. Ao regressar ao Brasil, fundou a Lia Rodrigues Companhia de Danças, em 1990, no Rio de Janeiro, com atividades ao longo de todo o ano, laboratórios de dança, criações, aulas e ensaios. Em 1992, criou e dirigiu durante 14 anos o Panorama Festival, o mais importante festival de dança do Rio de Janeiro. Desde 2004, a sua companhia tem desenvolvido atividades educativas e artísticas na favela da Maré, no Rio de Janeiro, em parceria com a organização não governamental Redes de Desenvolvimento da Maré. Em 2009, inaugurou o Centro de Artes da Maré e, em 2011, a Escola Livre de Danças da Maré. Ao longo de 40 anos de carreira profissional e artística, a coreógrafa Lia Rodrigues dedicou-se não só à formação e à criação artística, com tournée e encomendas das principais capitais do mundo, mas também à Educação, através de workshops e seminários em diversos países. Misturando militância e utopias, acredita na sinergia entre a arte e os processos sociais. Em 2022, foi distinguida pelo Governo Francês com a medalha de Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres. Entre as suas criações destacam-se Formas Breves (2002), Incarnat (2005), Chantiers Poétiques (2008), Pororoca (2009), Piracema (2011), Pindorama (2013), Para que o céu não caia (2016), Fúria (2018) e Encantado (2021).
Ficha técnica
Criação
Lia Rodrigues
Interpretação e criação em colaboração com
Leonardo Nunes, Valentina Fittipaldi, Andrey da Silva, David Abreu, Raquel Alexandre, Daline Ribeiro, João Alves, Cayo Almeida, Vitor de Abreu
Assistência à criação
Amalia Lima
Dramaturgia
Silvia Soter
Colaboração artística e imagens
Sammi Landweer
Desenho de luz
Nicolas Boudier
Direção técnica e luz
Magali Foubert
Banda sonora
Miguel Bevilacqua, a partir de excertos de uma gravação realizada em 1938 no norte do Brasil pela Missão de Pesquisas Folclóricas concebida pelo escritor e intelectual Mário de Andrade, e de excertos da música de domínio público Amor Amor Amor, parte do repertório de Cavalo Marinho, uma dança tradicional brasileira interpretada por Luiz Paixão.
- Mistura e masterização
Ronaldo Gonçalves
Administração, agenciamento e gestão de produção
Colette de Turville
Direção de agenciamento e produção
Astrid Toledo
Produção e gestão no Brasil
Gabi Gonçalves / Corpo Rastreado
Secretaria e administração no Brasil
Gloria Laureano
Apoio logístico – Centro de Artes da Maré
Sendy Silva
Professores
Amalia Lima, Leonardo Nunes, Valentina Fittipaldi, Andrey Silva
Figurinos
Lia Rodrigues Companhia de Danças
Costureira
Antonia Jardilino De Paiva
Agradecimentos
Thérèse Barbanel, Corpo Rastreado, Inês Assumpção, Luiz Assumpção, Diana Nassif, equipa do Centro de Artes da Maré, Jacques Segueilla
Dedicado a Max Nassif Earp







