Luísa Sequeira / TEP

Rosas de Maio é uma criação rizomática de um processo de investigação sobre Novas Cartas Portuguesas (1972), obra escrita por Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa. Rosas de Maio parte desta obra seminal para tecer dramaturgicamente um conjunto de novos desdobramentos, criando um espetáculo híbrido e polissémico, um lugar de possibilidades de articular tempos e fragmentos que oscila entre o documental e a performance. É uma peça constelação que coloca em movimento através do cinema expandido a própria materialidade do arquivo, cruzando e resgatando palavras e ações de mulheres que ao longo da história tiveram os seus discursos censurados, rasgados e apagados pelo regime opressivo e patriarcal.

Luísa Sequeira é artista investigadora, realizadora e curadora de cinema. Transita em diferentes plataformas: vídeo, filme, fotografia e colagem, explorando as fronteiras entre o digital e o analógico. Nos últimos anos o foco do seu trabalho tem sido a reconstrução poética das narrativas femininas na história da arte e do cinema, que foram invisibilizadas pelo poder patriarcal. Possui uma especialização em realização de documentários na Faculdade de Letras da Universidade de Letras do Porto e um doutoramento em Arte dos Media pela Universidade Lusófona do Porto. Na televisão coordenou e apresentou vários projetos, entre eles, destaca-se o Fotograma, um programa autoral dedicado ao cinema em língua portuguesa. Realizou a longa-metragem, Quem é Bárbara Virgínia?, um filme autoral sobre a primeira realizadora portuguesa, foi exibido em mais de vinte festivais de cinema,entre eles: Festival Internacional de Roterdão, Mostra de São Paulo, IBERDOD. Realizou e produziu várias curtas-metragens: Os Cravos e a Rocha, La Luna, Memória, substantivo feminino , My Choice, Passageira e Mulheres no Palco. Tem colaborado com o Teatro Experimental do Porto (TEP), com cinema expandido e vídeo arte, participou nos espectáculos Estro Watts e Antígona. Selecionada para a residência de criação de cinema na Meta Cultural Foundation na Roménia, em 2022 participou na 13ª Bienal de Kaunas inserido na exposição Landed do Magic Carpets /Kaunas 2022, Capital Europeia da Cultura. Realizou com a Luísa Marinho e em colaboração com a Ana Luísa Amaral, o filme O que Podem as Palavras, um documentário sobre As Novas Cartas Portuguesas, vencedor do prémio do público no Doclisboa 2022. Recentemente exibiu vários filmes na Masc Foundation na Áustria. Atualmente está a desenvolver a série, “As Pioneiras do Cinema em Língua Portuguesa” e um filme de animação com o artista Sama. Desde 2010, é diretora artística do festival de curtas-metragens Shortcutz Porto (270 edições) e é programadora do Super 9 Mobile Film Fest, o primeiro festival português dedicado a filmes realizados com mobile.