Rugilė Barzdžiukaitė, Vaiva Grainytė e Lina Lapelytė

Imagine uma praia e você nela, ou melhor, a ver de cima: o sol escaldante, protetor solar, fatos de banho brilhantes e palmas das mãos e pernas suadas. Membros cansados esparramados com preguiça num mosaico de toalhas. Imagine o guincho pontual de crianças, riso, o som de uma carrinha de gelados ao longe. O ritmo musical das ondas na rebentação, um som apaziguador (nesta praia em particular, não noutro sítio qualquer). O farfalhar de sacos de plástico a rodopiar no ar. Depois, flutuar silenciosamente, como uma medusa, abaixo da linha de água. O retumbar de um vulcão ou de um avião ou de uma lancha. Depois, um coro de canções: canções do quotidiano, canções de preocupação e aborrecimento, canções de quase nada. E, por baixo, o ranger vagaroso de uma Terra exausta, um suspiro. — Lucia Pietroiusti


Rugilė Barzdžiukaitė nasceu em 1983 e trabalha a partir de Vilnius como cineasta, encenadora e artista visual.
Vaiva Grainytė nasceu em 1984 e trabalha a partir da Lituânia e do Canadá. A sua atividade tem por base o texto e alterna entre géneros, peças de teatro interdisciplinares e publicações.
Lina Lapelyte nasceu em 1984 e trabalha a partir de Vilnius e de Londres. A sua atividade tem por base a performance, encontra raízes na música e pisca o olho à cultura pop, aos estereótipos de género e à nostalgia.


Coapresentação com:
Alkantara Festival, Centro de Arte Moderna (CAM) - Fundação Calouste Gulbenkian e Culturgest, apresentado nos dias 10 (sessão extra), 11 e 12 de novembro, na Culturgest