Decameron + Os Contos de Canterbury (apresentação pelo poeta Daniel Jonas)
Sessões especiais centenário Pier Paolo Pasolini
Ver Primeiro — Medeia Filmes
Março
2022
Ter
29
Sinopse
19:00 — Decameron (1971)
de Pier Paolo Pasolini
Com Decameron, Pasolini inaugura a “trilogia da vida” [seguiram-se Os Contos de Canterbury (1972), que veremos também neste mesmo dia no Rivoli, e As Mil e Uma Noites (1974)]. Esta adaptação dos contos trágico-eróticos de Bocaccio, filmada em Nápoles, foi o primeiro filme de Pasolini que Abel Ferrara viu, na altura da sua estreia. Foi uma experiência intensa, “potente, física”, que nunca mais o deixou (viria a fazer um filme sobre o poeta e cineasta). Num tom desinibido, muitas vezes desbragado, cómico, sensual, provocativo, Pasolini desafia o capitalismo consumista, celebra o corpo e critica os hábitos e a hipocrisia sexual e religiosa contemporâneos. Como um fresco, no qual o próprio Pasolini interpreta um pintor, “o melhor aluno de Giotto”. Com música de Ennio Morricone.
21:45 — Os Contos de Canterbury (1971)
de Pier Paolo Pasolini
O segundo título da “trilogia da vida” de Pasolini foi dedicado a Chaucer e aos Contos de Cantuária (recentemente publicados em Portugal numa notável tradução do poeta Daniel Jonas, que apresentará a sessão). Não por acaso. Chaucer foi tão importante para o desenvolvimento do inglês como Boccacio o foi para o italiano. E foi no Decameron de Boccacio que Chaucer encontrou os “recursos” para esta “obra-prima inaugural da literatura inglesa” (consta que na sua viagem a Itália os dois se terão encontrado). “O sonho de Pasolini era o de um mundo onde o sexo não tivesse sido corrompido pela perseguição do lucro. Criou o seu sonho pela fusão de elementos do presente e do passado, numa visão genuína” (Colin MacCabe).
Pasolini, que faz o papel do próprio Chaucer, contou “estas histórias unicamente pelo prazer de contá-las. O prazer de contar histórias implica uma certa liberdade com aquilo que se narra. A história deste filme é estritamente de fantasia, por isso tive que esquecer Chaucer para poder fazer do filme um jogo com as minhas fantasias pessoais”. Por isso, dizemos: esta é uma adaptação fiel e verdadeira.
de Pier Paolo Pasolini
Com Decameron, Pasolini inaugura a “trilogia da vida” [seguiram-se Os Contos de Canterbury (1972), que veremos também neste mesmo dia no Rivoli, e As Mil e Uma Noites (1974)]. Esta adaptação dos contos trágico-eróticos de Bocaccio, filmada em Nápoles, foi o primeiro filme de Pasolini que Abel Ferrara viu, na altura da sua estreia. Foi uma experiência intensa, “potente, física”, que nunca mais o deixou (viria a fazer um filme sobre o poeta e cineasta). Num tom desinibido, muitas vezes desbragado, cómico, sensual, provocativo, Pasolini desafia o capitalismo consumista, celebra o corpo e critica os hábitos e a hipocrisia sexual e religiosa contemporâneos. Como um fresco, no qual o próprio Pasolini interpreta um pintor, “o melhor aluno de Giotto”. Com música de Ennio Morricone.
21:45 — Os Contos de Canterbury (1971)
de Pier Paolo Pasolini
O segundo título da “trilogia da vida” de Pasolini foi dedicado a Chaucer e aos Contos de Cantuária (recentemente publicados em Portugal numa notável tradução do poeta Daniel Jonas, que apresentará a sessão). Não por acaso. Chaucer foi tão importante para o desenvolvimento do inglês como Boccacio o foi para o italiano. E foi no Decameron de Boccacio que Chaucer encontrou os “recursos” para esta “obra-prima inaugural da literatura inglesa” (consta que na sua viagem a Itália os dois se terão encontrado). “O sonho de Pasolini era o de um mundo onde o sexo não tivesse sido corrompido pela perseguição do lucro. Criou o seu sonho pela fusão de elementos do presente e do passado, numa visão genuína” (Colin MacCabe).
Pasolini, que faz o papel do próprio Chaucer, contou “estas histórias unicamente pelo prazer de contá-las. O prazer de contar histórias implica uma certa liberdade com aquilo que se narra. A história deste filme é estritamente de fantasia, por isso tive que esquecer Chaucer para poder fazer do filme um jogo com as minhas fantasias pessoais”. Por isso, dizemos: esta é uma adaptação fiel e verdadeira.
Informação adicional
- Preço 6€ (por sessão)
Duração 1h52 (Decameron) + 1h49 (Os Contos de Canterbury)
Classificação etária 16+
Texto biografia autores
Ficha técnica
- Decameron (Il Decameron)
de Pier Paolo Pasolini
com Franco Citti, Ninetto Davoli, Angela Luce, Pier Paolo Pasolini
Alemanha, Itália, França, 1971
Cópia digital restaurada
Festival de Berlim 1971 – Urso de Prata (Prémio Especial do Júri)
Os Contos de Canterbury (I Raconti di Canterbury)
de Pier Paolo Pasolini
com Ninetto Davoli, Laura Betti, Hugh Grifith, J.P. Van Dyne, Pier Paolo Pasolini
Itália/França, 1971, Cor
Cópia digital restaurada
Festival de Berlim 1972, Urso de Ouro (Melhor Filme)